segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ensaios clinicos examinam terapia genética para pacientes em diálise

Novo tratamento pode ajudar a manter o acesso em funcionamento, eliminando a necessidade de múltiplas intervenções cirúrgicas

O pesquisador segura amostras de sangue analisadas para o tratamento dos pacientes
Ensaios clínicos conduzidos pelo nefrologista Timmy Lee e pelo cirurgião de transplantes Rino Munda, da Universidade de Cincinnati, estão avaliando o produto Trinam de terapia genética, para ver se ele é capaz de impedir a estenose, ou seja, o estreitamento das veias no acesso existente em pacientes, que permite a realização de sessões de hemodiálise.
"Trinam é uma combinação de um fator de crescimento endotelial vascular, um gene de proteína produzida pelas células que estimula os vasos sanguíneos a se dilatarem e impede a formação de bloqueios, embalados em um vetor adenoviral ou vírus, que fornece material genético para células," explicou Lee. "Esperamos que esse tratamento leve a resultados mais bem sucedidos para pacientes em diálise."
Lee afirma que há dois tipos principais de acesso à diálise permanente: uma fístula arteriovenosa, que conecta a artéria e a veia diretamente, e um enxerto artério-venoso, que liga a artéria e a veia utilizando um tubo de plástico.
Infelizmente, os enxertos só podem durar entre seis e 12 meses devido a estenose que exige intervenção cirúrgica. Como resultado, os pacientes de hemodiálise têm, muitas vezes, internações e cirurgias repetidas, a fim de manter seu acesso aberto para a diálise.
"Com este tratamento, Trinam será entregue nas áreas de acesso de diálise de aproximadamente 250 indivíduos, utilizando um dispositivo biodegradável feito a partir de colágeno. Acreditamos que o material genético em Trinam irá estimular o relaxamento do músculo e distribuir os medicamentos que ajudarão a manter a veia aberta e em funcionamento", disse Lee.
Ele acrescenta que a entrega local pode ser mais eficaz do que outros medicamentos, porque ele é aplicado diretamente ao local onde a estenose ocorre mais comumente.
"Isso estimula imediatamente as autoridades reguladoras certas no local do problema, evitando os efeitos colaterais que podem acompanhar o metabolismo de outros medicamentos no corpo. Esperamos que esta terapia melhore a qualidade do atendimento para os pacientes submetidos a diálise e evite a necessidade de cirurgias e procedimentos invasivos para manter o acesso à diálise aberto", concluiu o pesquisador.